(EM POESIA LIVRE)
Guilhofrei, terra imponente,
Desde que há memória
Entre a sua gente,
Tem a seguinte história.
Guilhofrei é uma Freguesia
Do Concelho de Vieira do Minho:
Acolhe sempre com simpatia,
Quem visita este cantinho…
Geograficamente, ocupa 1140 hectares
Nos seus 7 aglomeradose16lugares.
Esta Freguesia fica cerca de 10Km a sul
Da sede do Concelho, e afinal
Encaixada entre o monte do Merouço
E a Barragem do Ermal.
Este limite define-se afinal,
Com a linha de água do Rio Ave,
Com início no lugar de Pombal
(Rossas), e na Albufeira do Ermal,
Continuando dali para a frente,
No Rio Ave a jusante da barragem,
Até ao limite poente.
Áreas de Freguesias de Rossas,
E de Mosteiro, do Concelho
De Vieira do Minho;
Da freguesia da Esperança,
Do Concelho da Póvoa de Lanhoso,
Fazem limite a norte, sucessivamente;
Ficando depois a poente,
Sobradelo da Goma,
Freguesia novamente
Do Concelho da Póvoa de Lanhoso.
A Freguesia de São Migue do Monte,
Fica a sul, e, é pertencente
Ao Concelho de Fafe;
Continuando pelos pontos cardeais,
Vem a Freguesia de Rossas, novamente
Em todo o limite a nascente.
Via de acesso principal
É a 205 Estrada Nacional,
Que liga Póvoa de Lanhoso
A Cabeceiras de Basto;
E para encurtar caminho,
Há o estradão da Barragem
Que dá para Vieira do Minho.
A barragem do Ermal
Foi construída em 1938;
Ocupa uma área de 163 hectares,
Tem capacidade de 22 milhões
D metros cúbicos de água;
Tem 23,5 quilómetros de perímetro,
E uma produção média anual
De 95 G W H;
As zonas de praia fluvial
São grandes, com beleza excepcional.
Do alto do monte do Merouço,
A paisagem faz-nos deslumbrar;
Quem lá for uma vez,
Não passa sem lá voltar;
Daquela vista sem barreira,
Pode ver-se a Serra do Marão,
A Serra do Gerês
E a Serra da Cabreira;
E muitos outros montes se podem avistar
Até quase se poder ver o mar
Nos claros dias de forte calor
À hora do sol-pôr.
O monte do Merouço
Tem altura total definida
Pela cota 850 metros;
E a barragem do Ermal,
Ou barragem de Guilhofrei,
Como também é conhecida,
Pela cota 330 é definida.
Ao lado da Laje Branca
Está o alto de Morgair,
Que a Fafe é pertencente;
São dignos de se lá ir;
Tem uma altura aproximada
À cota de 893 metros,
Contendo bastante área aplanada.
O alto da “Laje Branca”,
Assim se veio a chamar,
Por muitas vezes lá nevar,
E também pela geada
E água a correr em dias de sol,
Pôr os penedos a espelhar.
No alto da Laje Branca,
Há vestígios da era paleolítica;
Há penedos que fazem grutas
Onde se poderia habitar;
Ouros penedos são
Como autênticas eiras
De debulhar e secar grão;
Há lá penedos com pias escavadas
E tão aperfeiçoadas,
Que tanto poderiam dar
Para cereais moer,
Como para carne conservar.
O conhecido Penedo do Gancho,
Fica para Guilhofrei defronte,
São dois penedos sobrepostos
Quase no alto do monte;
O Fojo do Lobo, dantes usado,
Fica ali mesmo ao lado.
O monte do Merouço,
Também minerais encerra,
Pelo menos nas sortes da Modeira
Na altura da 2.ª grande guerra,
Volfrâmio foi lá extraído,
Mas como depois o preço baixou,
Ficou o restante lá esquecido
À espera de quem não voltou.
“Sant’Iago de Guil i Ffrey”
É designação de um julgado
Do século XV ao século XVIII,
De onde fora criado o concelho
De “Ville Bonne de Guilliffrey”,
Nas inquisições de D. Afonso III (1258);
Passando depois a denominar-se
Concelho de Vila Boa da Roda,
Até ser extinto em 1836.
A palavra “Roda”, aparece então
Como complemento associativo,
Por haver essa instituição
Com o nome de “Roda”,
Com finalidade de recolher
Filhos enjeitados ao nascer
De mães que não queriam assumir;
E para assim os encobrir,
Eram aqueles filhos enjeitados,
De noite, na tal roda, colocados,
Instalada numa entrada
Do tal edifício, que depois de colocar
A criança do lado de fora,
Para o lado de dentro a faziam girar,
Tocavam uma sineta ou campainha
Para alertar e punham-se a andar…
A criança era então recolhida
Na instituição que lhe dava guarida.
Para melhor nos orientar,
Note-se que nos tempos de então,
Dava-se nome de “Vila”,
A uma pequena povoação.
Depois do século XIII,
O concelho que pertencia ao julgado,
Passou a designar-se apenas por:
“Vila Boa”, que assim está documentado
Desde 20/03/1372 na carta de doação
A D. Afonso Telo de Meneses,
5.º Conte de Barcelos.
Existe a seguinte documentação:
No século XII, trazia anexas a si,
Em 1551, a de Santa Maria dos Ladrões;
E, em 1528, a de São Paio de Brunhais:
Esta era uma Reitoria da apresentação
Do Ordinário e comenda
Da Ordem de Cristo.
Durante tudo isto,
Foi cabeça do antigo e extinto
Concelho de Vila Boa da Roda,
Com Foral de D. Manuel,
Recebido a 08/08/1514;
E inseria-se então este Concelho
Na Comarca de Guimarães.
Depois desta história toda,
Em 1852 aparece também
Na Comarca de Lanhoso;
E em 1878, na Comarca de Vieira
E no Julgado de Rossas,
Que foi o último documento
Encontrado desse momento,
Desta terra de história
E gente de glória.
Nos censos de 2001, foram apurados
Os seguintes Resultados:
1155 Pessoas residentes
Em 536 edifícios habitados.
Havia também 1237 eleitores,
Sendo grande parte da população,
Reformados operários e agricultores.
autor: Augusto Carneiro